Política,gente e poder

Fernando Gomes. Durante 30 anos, acompanhei, participei com devoção da caminhada política de Fernando Gomes numa sucessão de intermináveis acontecimentos, episódios, fatos sobre os quais tenho privilegiadas, exclusivas informações. Tenho escrito o que posso escrever sobre ele, sem ressentimentos nem saudades, já que nos distanciamos por causa de irreconciliáveis divergências há 10 anos. Não houve jornalista tão assíduo, íntimo, fiel junto a Fernando Gomes como Eu.
Fernando Gomes. Duvido que algum político da recente História desta capital-cidade do planeta cacau conquistou, conseguiu o que Fernando Gomes conquistou, conseguiu. Sumarizando: 1) Três vezes deputado federal. 2) Quatro vezes prefeito. Inegavelmente, Fernando Gomes tem estrela, destino, carisma, sorte diante da existência, dos desafios da vida. Ele é uma espécie de jogador de futebol que chuta fora e faz o gol. A coluna de hoje é dedicada a ele. Nos próximos itens.
Fernando Gomes tem irrefutável estrela, destino, carisma, sorte. Entre os prefeitos que assumiram o cargo nos últimos 40 anos desta municipalidade itabunense se destacaram, destacam, pela popularidade, trabalho, estrela, destino, carisma, sorte, José de Almeida Alcântara, Fernando Gomes, Geraldo Simões. Este, apesar de vingativamente combatido pelos conservadores, pela direitona, marqueses decadentes, elite, tem futuro, idade, tempo para prosseguir, avançar, seguir na vida política.
Fernando Gomes, já na metade do terceiro mandato de prefeito, percebendo ou não percebendo, perdeu a popularidade, humildade, vitaminou a prepotência, abusa da arrogância, da vaidade. Textualmente: “Realizei, fiz mais do que todos os prefeitos juntos”. Almeida Alcântara, Félix Mendonça, Fernando Cordier, Simão Fiterman, Geraldo Simões & Companhia não realizaram, não fizeram nada? Fernando Gomes, no tapete do poder, fica hipnotizado, deslumbrado, encantado. Então, paciência.
Fernando Gomes, exemplificando sem hesitações, no terceiro, quarto mandato não investiu na qualidade da saúde pública, na infra-estrutura, emprego, educação, lazer do itabunense, como não se qualificou, não se preocupou com o julgamento da História, de sua história. E, olhando de binóculos, sem binóculos, com óculos, sem óculos, as conseqüências estão visíveis, serão amargas, serão azedas, serão fatais, serão cruéis. Fernando Gomes não acendeu, não viu acesa a luz da História.
Fernando Gomes, envenenado pela prepotência, arrogância, orgulho, menosprezou a História depois de trajetória política formidável, vida pública notável, concentrou-se em seus interesses financeiros-econômicos pessoais, em suas posses, bens. Visualizou o seu próprio futuro. Então, vamos interpretando, relatando que foi um político que não evoluiu como deveria evoluir. Ficou no retrovisor.
Fernando Gomes, ainda prefeito de plantão daqui de Itabuna, vai se utilizando dos últimos 58 dias de mandato, utilizando os últimos 58 dias de governo, os últimos dias de Pompéia utilizando os recursos da Prefeitura para autorizar pagamentos generosos. Exageradamente generosos, sem promover a transição, sem consultar o prefeito democraticamente eleito, senhor Nilton Azevedo.
Fernando Gomes, perfeitamente enquadrado como responsável por um desgoverno, propositadamente vai se esquecendo que o seu correligionário (DEM), vice Azevedo assume em 1º de janeiro a Prefeitura daqui de Itabuna. Tudo isso é generosidade esquisita, generosidade estranha do senhor Fernando Gomes.
Fernando Gomes, mesmo depois da vitória do senhor Nilton Azevedo, não mudou o comportamento autoritário, não mudou a conduta arrogante. Jamais acreditei, nunca confiei que o senhor Fernando Gomes mudasse de comportamento, de conduta. Taxativamente, já escrevi que ninguém muda após 40 anos de idade.

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Eduardo Anunciação