Perdura a ocupação do RU (restaurante universitário da UESC) e movimento é realmente a melhor palavra para designar a Resistência Universitária que se iniciou na manhã do dia 25 de setembro na Universidade Estadual de Santa Cruz. Atividades e fatos agitam com freqüência o RU.
Todos os dias oficinas de malabarismo e aulas de música são realizadas para a comunidade acadêmica e crianças do Salobrinho. O esporte e discussões de estudo também se fazem presentes na manifestação.
No último dia do mês de setembro aconteceu na UESC a reunião do Conselho Superior (CONSU). Compete ao CONSU, como prioridade, formular as políticas gerais da Universidade por meio de resoluções. Sabendo desta alçada, os estudantes submeteram à apreciação do Conselho uma resolução que, além de propor a administração do restaurante da UESC apenas sob gestão pública, sugeriu a criação de uma comissão administrativa, composta por doze membros (divididos paritariamente entre o corpo docente, o corpo discente, o corpo administrativo e os funcionários) para gerir o RU.
A proposta apresentada pelos estudantes foi aprovada somente na disposição que legislou sobre a criação da comissão. Desse modo, os manifestantes entenderam que o reitor ainda não havia reconhecido o Movimento Resistência Universitária e, por isso, espalharam cabanas por toda a Universidade, incluindo a área dos pombos – que custam ao governo cerca de três mil reais por mês.
Junto à derrota no pleito, os coordenadores do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Tássio Brito e Héllade Guimarães, foram chamados pelo reitor Joaquim Bastos para uma conversa, na qual expôs propostas às reivindicações feitas. Em primeiro momento, Joaquim informou que seria possível por o RU em funcionamento no prazo de setenta e cinco dias sob iniciativa privada, com bandejão a R$1,50, sendo que a Universidade subsidiaria os custos com a importância de dois milhões de reais.
Na próxima terça, 7 de outubro, os ativistas do movimento se reunirão em grupos de discussão para debaterem e decidirem se aceitam a proposta da reitoria. A decisão será entre aceitar somente a gestão pública ou aceitar o proposto e continuar a propugnar em defesa da administração estatal.
Próximo do dia da criança, o movimento programou uma semana do dia 12 de outubro recheada de atividades e brincadeiras para a criançada da região. Além disso, no ano em que se completam 60 anos da morte de Gandhi, organizou-se na noite desta sexta-feira uma festa de caráter indiano.
O movimento continua sério, consolidado e com ânimo suficiente para continuar nas instalações do antigo restaurante universitário por tempo indeterminado. No entanto, continua precisando da sua ajuda! Contribua como puder. Dinheiro, alimentos, material de limpeza e brinquedos e roupas para doações, são muito importantes para a manutenção das atividades dos "moradores" do RU.
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Michel Mendonça Ribeiro – Estudante do Curso de Direito da Universidade Estadual de Santa Cruz, membro suplente do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) da UESC e ativista do Movimento Resistência Universitária.
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