“Se o PMDB não ficar conosco será muito ruim para nós e para eles”

Abaixo parte de uma entrevista que o ex-presidente do PT na Bahia e pré-candidato a Deputado Federal, Jósias Gomes, concedeu ao "Jornal Agora”.
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J. A. – Em um ano pré-eleitoral, as forças políticas na Bahia giram em torno de Jacques Wagner, de Geddel Vieira Lima e do ex-governador Paulo Souto. Como analisa o quadro e de que forma vê os possíveis entendimentos entre as partes?
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J. G. – Eu defendo a tese que nós derrotamos o carlismo em 2006 com o PMDB e foi uma aliança de sucesso, importante para a eleição e de grande significado político para aquele período. Eu espero que este processo continue e que se aprofunde a relação com este segmento que é o PMDB, pela importância histórica dele e pela capilaridade que tem no Estado e a sua presença marcante no cenário político nacional e sua presença no governo federal. Por isso tudo creio ser importante para o PT e para o Governo Wagner que a gente mantenha esta aliança.
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J. A. – Apesar de ser esta a sua vontade, o que tem percebido no cenário político de fato?
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J. G. – O PMDB como o PT é um partido que tem aptidão para poder e o PMDB, no caso da Bahia, tem todo interesse. Vejo isso pelo fato do partido ter elegido 115 prefeitos estar se movimentado em todo Estado, fortalecendo-se entre os partidos que estão na aliança vitoriosa em 2006, ou se agregaram a ela, para que possa ter o espaço dele no momento oportuno. Acho legítima a movimentação, os Encontros, o PT também realiza encontros. Somente este ano já fizemos 16 eventos regionais e iremos retomar a partir de junho os Encontros Regionais. Mesmo as pessoas podendo imaginar que são eventos motivados em oposição aos realizados pelo PMDB, não há nada em revanche ao PMBD, é parte do processo organizacional do nosso partido, como é do PMDB, em estar reunindo sua militância e dirigentes, parlamentares e prefeitos para estarem discutindo cenário político e consequêntemente as eleições de 2010. É natural que o PMDB pleitei mais espaço, assim como os demais partidos, é da vida do processo democrático. Ainda no próximo dia 13 de junho, no Diretório de Camaçari, estaremos numa reunião lançando com maior publicidade este Encontros que estamos realizando. Estamos a um ano das eleições e o momento das costuras é este mesmo.
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J. A. – No caso do PMDB não conseguir se alinhar novamente ao PT, que alianças acredita que o PT atrairia capazes de dar um novo mandato a Wagner?
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J. G. – Primeiro, se o PMDB não ficar conosco será muito ruim, para nós e para eles. Na verdade é muito importante para o projeto político hoje liderado pelo governador Wagner que o PMDB venha, até para que nós possamos atrair outros seguimentos para este projeto. O PMDB está conosco desde 2006 e estas outras forças políticas que estão hoje gravitando em torno deste projeto precisam ter segurança de uma vitória consolidada no Estado, atravessar esta transição e implantar um novo estágio na política baiana. Acho muito importante o movimento que estamos fazendo, eu, o presidente do meu partido, o companheiro Jonas Paulo, o líder da bancada do PT, no sento de trazermos para nosso projeto o grupo político hoje liderado pelo Conselheiro Otton Alencar. Este que é uma figura extraordinária, ex-governador que toda Bahia conhece sua competência administrativa e política. A importância da aliança com o PMDB está na manutenção do projeto e na atração inclusive destes novos setores políticos.
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J. A. – Atraindo Otton Alencar como vice, Geddel poderia compor uma senadoria?
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J. G. – Sim. O espaço nosso é para que tenhamos o Governador do PT e, neste processo, o conselheiro Otton ou o ministro Geddel possam estar conosco nas duas vagas do Senado. É uma discussão que vamos iniciar, mas tenho dado muita importância a esta tese, apesar de saber que não é uma luta fácil, pois exige confiança, exige a dedicação ao processo de muitas idas e vindas. Não pense que é fácil trazer um partido importante para o nosso meio, como o PTB, o PDT, o PR, é muito complexo. O PR agora em junho estará realizando um encontro com os seus prefeitos, mas nós não temos ainda a totalidade de prefeitos. É essa construção que queremos ver nos próximos meses.

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J. A. – o senhor está em plena campanha eleitoral rumo à recuperação da vaga no Congresso. Sem contar todos os segredos, como anda o projeto de tentar voltar ao cenário federal?
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J. G. – Fiz uma rodada na Bahia, já que fui votado em 384 municípios por 75 mil baianos, o que muito me orgulha. Tenho feito uma rodada de viagens por estas regiões e a receptividade tem sido boa, mas diz o ditado que se fala o milagre, mas não o nome do santo ... Mas tem ido muito bem. Pleiteio voltar ao Congresso em 2010 e me julgo em condições políticas de maturidade ideológica para contribuir, ainda mais para a região cacaueira, como fiz durante os quatro anos. Sempre vejo este trabalho quando viajo pelas cidades da região e as pessoas me interrogam sobre o espaço vazio que ficou com a minha não-reeleição.