segunda-feira, 19 de maio de 2008

Geraldo, Geddel, Vaias e Vinhos

Não dá para escrever sobre política grapiúna e deixar de mencionar o episódio ocorrido em Ilhéus no dia 9 de maio passado, quando um estrondoso coro de mais de 5 mil pessoas saudou o ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, quando do anúncio do PAC do Cacau.
Nem podemos deixar de registrar que o ministro, em seu discurso, carimbou no secretário Geraldo Simões o rótulo de autor do gesto, tudo por conta do processo político que hoje se desenrola em Itabuna e que, pelos últimos acontecimentos, indica que será bastante apimentado.
E tudo por conta dessa suposta, mas ainda não confirmada, desistência de Fernando Gomes e do próprio Geraldo, de disputar o pleito de outubro próximo, o que fez surgir novos atores no primeiro time da política grapiúna, em especial o Capitão Fábio, que aparece em todas as pesquisas como o primeiro colocado.
E este fato (Fábio na liderança), aliado ao fortalecimento do principal padrinho do Capitão, que é o ministro Geddel, fez com que o secretário, que já esta sendo tratado pelo radialista Mario Kertész como: “aquele que ninguém sabe, ninguém viu”, em função de sua apagada atuação frente à Seagri, partisse para a radicalização.
Claro que o ministro Geddel não é nenhum “santo a ser canonizado” , até porque vem fustigando o secretário Geraldo pela imprensa, chegando até mesmo a lhe receitar Lexotam. Mas as vaias que lhe foram endereçadas, mesmo que não tenham sido urdidas pelos membros do PT do G, acabaram por servir de senha para o início do afunilamento do processo eleitoral de Itabuna.
E o afunilamento já começou no sábado seguinte quando, em encontro ocorrido na Câmara de Vereadores, o deputado ACM Neto pôs fim às legítimas pretensões do advogado Rafle Salume em ser candidato, determinando que o PTN aderisse ao DEM na majoritária, o que faz com que tenhamos apenas como candidatos viáveis aqueles do PMDB, DEM, PT, PRB e PSDB.
O ato ocorrido em Ilhéus acabou por sacramentar a candidatura do PMDB, pois agora não tem mais como se alimentar o boato de que Fábio iria desistir ou ser vice de alguém, pois o ministro já mandou o recado: “vamos afiar as adagas”, ou seja, vamos entrar pra valer na disputa, o que fez com que o secretário Geraldo (principal acusado dos apupos ministeriais), fizesse uma viajem internacional para refletir sobre os fatos.
E esta reflexão se faz necessária, pois depois da desunião demonstrada, tanto em Salvador como em Feira de Santana (onde o PT dificilmente vencerá as eleições), o que menos quer o partido é perder a disputa de Itabuna, o que faz aumentar a pressão para que Geraldo seja o candidato ou arque com o ônus da derrota.
E assim, no Dolce far niente do Chile, embalado pelos excelentes vinhos por lá produzidos, pretende Geraldo refletir sobre o que já pensava definido, ou seja: se será ou não candidato a prefeito, decisão esta que ainda lhe angustiará até o dia 05 de junho (prazo final para que se desincompatibilize do cargo de secretário de Estado).Como se vê, entre os dias 30 de junho (data final para a realização de convenções visando a escolha dos candidatos), e 05 de julho (data limite para o registro das candidaturas), muita água há de correr no Cachoeira.
Allah Góes é Advogado Municipalista, Especialista em Direito Eleitoral. E-Mail allah_goes@hotmail.com

Um comentário:

ademaques disse...

interessante como quase nada muda no cenário politico da Bahia.
o coronel Simões, perdão secretário de agricultura, vendo que o ex-carlista Capitão Fábio começou a crescer na pesquisa o imperador Simões perdão quase Deputado federal com medo de deixar seu imperio perdão sua cidade ser entregue ao Capitão onde um capitão tem patente maior que um coronel ou imperador.