sábado, 29 de agosto de 2009

O QUARTO PODER

Essa expressão foi forjada para demonstrar o poder que hoje em dia é exercido pela mídia, isto no que se refere a sua capacidade de manipular a opinião pública, a ponto de ditar regras de comportamento e influir nas escolhas dos indivíduos e da própria sociedade.

Sobre o tema existem vários filmes, sendo aquele do Diretor Costa Gravas, e que justamente recebe o título de “Quarto Poder”, o qual, para mim, melhor expõe, e discute, o poder da mídia sobre a opinião pública, mostrando o poder e a manipulação, que as vezes é usado, para favorecer os interesses de terceiros, tudo em busca da conquista de audiência.

Neste filme, um repórter de televisão (Dustin Hoffman), que já foi um profissional respeitado, está fazendo uma cobertura sem importância em um Museu, quando testemunha um segurança demitido (John Travolta) pedir seu emprego de volta, não ser atendido, ameaçar a diretora da instituição com uma espingarda e, acidentalmente, ferir com um disparo um colega de trabalho.

O repórter convence o segurança a lhe conceder uma entrevista exclusiva prometendo-lhe, comover a opinião pública com a triste história do guarda desempregado. Mas as coisas não acontecem como o planejado, pois os fatos são manipulados pela mídia e tudo sai do controle, pois “a verdade não é tão importante assim”.

E assim, enquanto se exibiam imagens positivas do Segurança, o público ficava a favor dele, mas quando se divulgavam imagens negativas, o público se posiciona contra, mostrando-se a mutabilidade da população frente à manipulação da informação.

O filme discute o poder e a manipulação da mídia para favorecer os interesses de terceiros, tudo em busca da conquista de audiência. Na verdade, a imprensa é o primeiro poder no momento de construir uma imagem e também de destruí-la, não importando se para isso irá prejudicar pessoas e atrapalhar vidas.

No filme, o jornalista passa por cima da ética, pois sua missão seria a de informar a verdade, não a de distorcer os fatos, “inventar uma verdade”. Percebe-se esta “invenção da verdade” quando são editadas entrevistas feitas com a família do segurança, de forma a parecer que todos estavam contra ele.

Saindo do mundo da ficção e passando à nossa realidade, estamos hoje assistindo, tal qual ocorreu no filme, a mais um show da mídia local que, ao divulgar boatos, desprovidos de qualquer tipo de prova, tentar manipular a opinião pública à se colocar contra um Secretário Municipal, ao informar que o mesmo adquiriu uma gráfica; e nos sugestionar: “onde teria ele conseguido o dinheiro?”.

As péssimas coberturas jornalísticas, feitas com base em informações não checadas, já foram responsáveis por situações como a da Escola Base, na capital paulista, onde seus donos foram acusados pela mídia de que terem abusado sexualmente de suas alunas.

Por conta da irresponsável cobertura da mídia, a escola foi depredada e saqueada. O assunto tomou conta do País. Os donos da escola foram presos, torturados e ameaçados de morte para, no final do inquérito, serem inocentados. Mas parece que a imprensa não aprendeu a sua lição.

Não bastassem as “invencionices”; que depois se verificou também não passarem de boatos; de que outro Secretário, hoje já fora do governo, teria “comprado um Semanário, com intenções de transformá-lo em Diário”, uma vez mais, e sem ter o necessário cuidado, gesta-se outra “inverdade”.

Não é este o papel da mídia responsável, que deveria investigar a história, antes de divulgá-la como se verdade fosse. Respeito à informação, a fidelidade dos fatos e a forma como divulgá-los à população, isto sim, deveria nortear a moderna imprensa.

Allah Góes é Advogado Municipalista. E-Mail allah.goes@hotmail.com

2 comentários:

Anônimo disse...

MÍDIA, PODER ou ARMA?
NUNCA GOSTEI DESSE CONCEITO DE QUE A MÍDIA TAMBÉM É UM PODER, TODA ES-SA CONFUSÃO DEVE-SE PELO FATO DE PESSOAS OU GRUPOS SEREM EXPOSTOS AO PÚBLICO E MUITAS VEZES DE MANEI-RA PROMOCIONAL, LEVIANA OU CRIMI-NOSA, EM PARTE ALGUNS PENSAM ASSIM PORQUE APÓS GRANDES REPORTÁGENS O NIXON (EUA) E O COLOR (BRASIL) FO-RAM CASSADOS, ORA ISSO NÃO TEM NADA A VER, NÃO É VERDADE QUE A MÍDIA JULGA E CONDENA, ISSO QUE ESTAMOS FAZENDO AQUI TAMBÉM É MÍDIA (meios de comunicação) OU NÃO É? É CERTO QUE MUITAS VEZES ELA É USADA DE MANEIRA SENSACIONA-LISTA, MAS O QUE DÁ PRA CHICO DÁ PARA FRANCISCO, TUDO NÃO PASSA DE CHORADEIRA, SE A PESSOA ATINGIDA
POR ESSA ARMA (MÍDIA) É POBRE, DIZ LOGO QUE É PRECONCEITO, CASO SEJA RICA DIZ SER PERSEGUIÇÃO SENSSACIO-NALISMO E POR AÍ VAI, A MÍDIA ASSIM COMO A ENERGIA NUCLEAR PODE-RÁ SER USADA PARA O BEM OU PARA O MAL, NA MINHA OPINIÃO O 4º LUGAR
NESSA ESCALA CABERIA MUITO MELHOR
AO "PODER ECONÔMICO", SE A MÍDIA TAMBÉM FOSSE PODER O sarney E O
lula JÁ ESTARIAM PRESOS, SE ANTES
NÃO CONCORDAVA COM ESSA IDÉIA, NOS TEMPOS ATUAIS ENTÃO NEM PENSAR.

Anônimo disse...

CONCORDO QUE A MÍDIA É UMA ARMA PERIGOSA EM MÃOS ERRADAS, MAS NUNCA CONCORDAREI COM ESSE NEGÓCIO DE 4º PODER, NO SEGUNDO MANDATO DE FHC O PROCURADOR FEDERAL luiz Francisco de Souza PERSEGUIU O ACESSOR PRESIDENCIAL EDUARDO JORGE
APENAS POR FINS POLÍTICO PARTIDÁ-
RIO UMA VEZ QUE O REFERIDO PROCURA-DOR ERA E É FILIADO AO pt, ATÉ JÁ FOI PUNIDO PELO CNMP (conselho nacional do ministério público) COM 45 DIAS DE SUSPENSÃO, MAS O PROCURADOR CONSEGUIU UMA LIMINAR
SUSPENDENDO TEMPORARIAMENTE A PUNIÇÃO. MUITA GENTE SE LEMBRA DAQUELA ÉPOCA, O PRÓPRIO PROCURA-DOR CONVOCAVA A IMPRENSA E MANDAVA VER, ELE SIM ERA E É O PODER, O PAPEL DA IMPRENSA É ESSE, O RESTO É CENSURA.

TETALHES DESTA REPORTÁGEM NI SITE
(www.conjur.com.br/2009-jun-15/procurador-sus)