terça-feira, 26 de maio de 2009

Antônio Carlos Magalhães era monoglota

"Quando estávamos na Eletrobrás, por exemplo, recebíamos muitos visitantes estrangeiros. Gente do Banco Mundial, de bancos da Europa que financiavam o setor elétrico brasileiro. E Antonio Carlos Magalhães não falava uma palavra de língua nenhuma.
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Embora tivesse estudado várias vezes, ele tinha realmente um bloqueio. Um cara inteligente como ele não tinha como não aprender uma língua estrangeira. Mas ele não conseguia aprender coisa nenhuma. E se sentia diminuído com isso. Ficava na defensiva, com muita vergonha.
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Quando chegavam os grupos estrangeiros na Eletrobrás, eu me sentava imediatamente atrás dele. E aí me dirigia aos visitantes dizendo que o presidente falava perfeitamente inglês e francês, mas que preferia não falar.
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Nunca expliquei por que, nem ninguém nunca perguntou. Então, o sujeito ficava lá falando e eu, feito ventríloquo, traduzia baixinho no ouvido dele."
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Trecho do Livro que o ex-prefeito de Salvador, Mário Kertsz, está escrevendo.

Um comentário:

Négo disse...

pelo sim, pelo não...

em resumo, parabéns pela atitude.