A pré-candidatura do Capitão Fábio à sucessão municipal de 2008, com a declaração entusiasmada de apoio do ministro Geddel Vieira Lima, na presença do presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), ganha musculatura e força política. Aliás, o prefeiturável peemedebista, que pela terceira vez se torna um pretendente ao comando do cobiçado Centro Administrativo, se encontra em uma posição privilegiadíssima na disputa. Além de contar com um partido que tem um ótimo tempo no horário eleitoral gratuito, pode tirar vantagem de uma acirrada briga entre Geraldo Simões (PT) e o prefeito Fernando Gomes (DEM, ex-PFL). É público e notório, de uma obviedade ululante, que Fernando Gomes vai fazer de tudo para derrotar o candidato petista, evitando assim que seu maior adversário seja o chefe do Executivo nos 100 anos de emancipação política de Itabuna. O fernandismo ficaria em estado de graça se o próprio FG, como candidato à reeleição, buscando o quinto mandato, derrotasse Geraldo Simões. Mas como a possibilidade é remota, um outro caminho começa a ser traçado. Não é à toa que o Capitão Fábio evita fazer qualquer tipo de crítica ao governo municipal e, principalmente, ao político Fernando Gomes, que pode até, dependendo das arrumações, dos acordos e das circunstâncias políticas, apoiá-lo. Duvido, por exemplo, que o ministro Geddel diga um sonoro “não” a uma tentativa de filiação do prefeito ao PMDB. Pode até dizer um “não”, mas um “não” com jeito de quem pode aceitá-lo assim que passar a turbulência do processo sucessório.Ora, quem é pré-candidato à sucessão do governador Jaques Wagner, e sabe que não conta com a simpatia do PT, não pode abrir mão de um cabo eleitoral que já foi quatro vezes prefeito de Itabuna. Se Fernando Gomes – ou, então, um outro que terá seu apoio – não decolar nas pesquisas de intenção de votos, ficando atrás de Geraldo Simões e do Capitão Fábio, sem chances de recuperação, o DEM vai lançar mão do seu plano B. Ou seja, apoiar o candidato do PMDB. Esse plano B lembra o de 2004, quando muitos filiados do PMDB, já sem esperança de uma vitória do então candidato Renato Costa, com o consentimento e o aval de algumas lideranças do partido, terminaram votando no candidato do PFL, Fernando Gomes. Agora, como se fosse um repeteco, a intenção é a mesma: derrotar Geraldo Simões de qualquer jeito. O DEM vai usar o voto útil a favor do Capitão Fábio se o candidato dos democratas não avançar nas pesquisas. Fernando Gomes, com esse apoio ao candidato do PMDB, se aproximaria do ministro da Integração Nacional. O prefeito seria o grande responsável, o protagonista-mor de um possível sucesso eleitoral do Capitão. É cobra engolindo cobra. Geraldo Simões precisa botar as barbas de molho para não ser surpreendido de última hora, em plena efervescência da campanha eleitoral.Se não quiser botar as barbas de molho, que fique com os olhos arregalados como os da coruja.
Marco Wense
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário