segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Jussara Feitosa, realidade ou blefe?

Acácia Pinho acreditava há até poucos dias que seria a única pré-candidata à Principal Cadeira do Firmino Alves, mas nos últimos dias, talvez guiado por pesquisas de "consumo interno", que atentam para a possibilidade de derrota no próximo pleito municipal, o que sepultaria seus sonhos de "vôos mais altos", o secretário de Estado, Geraldo Simões, lança o nome de sua digníssima esposa à prefeita.
E o que a princípio poderia passar, por pilhéria, se analisado ao sabor das pressões que vêm atualmente atormentando o secretário (para que em nome da "governabilidade", de imediato desocupe o lugar), pode muito bem ser mais um inteligente lance dado pelo hoje principal candidato ao Firmino Alves, explico melhor: Como ainda tem dúvidas sobre a sua viabilidade eleitoral (que antes da desistência de Fernando Gomes era inquestionável), Geraldo hesita em de logo se exonerar das funções de secretário de Estado e voltar a ser um "simples deputado", pois aí terá a obrigação de disputar a eleição e arcar com o ônus de uma derrota, razão pela qual somente quer deixar o cargo se as condições forem propícias", o que não é ainda possível se verificar.
Hesitando em se definir como précandidato e necessitando de tempo para melhor vislumbrar o quadro da sucessão, Geraldo (como cortina de fumaça) lança o nome de Jussara Feitosa, isto tanto como forma de minorar a pressão exercida por aqueles que cobiçam a sua secretaria, como também para dar um recado aos desavisados de que é "ele, e só ele, quem manda no PT de Itabuna", e pode impor quem quiser como candidato.
Geraldo Simões tem se revelado, de longe, o mais aplicado e inteligente político de nossa região e como animal político que é, conhece como ninguémos meandros e manhas do eleitorado itabunense, e sabe que por aqui, diferentemente de outros lugares, não se transfere votos.
Exemplos existem e vão desde Fernando Gomes a Ubaldo Dantas, que nunca conseguiram transferir para seus parentes os votos que lhes consagraram nas urnas, o que demonstra que a empreitada, dita como avalisada pelo próprio governador, não passa de um blefe, um engodo que visa tão somente ganhar tempo e ver como reagem e se desenvolvem as outras pré-candidaturas.
O que de fato pretende o secretário é permanecer à frente da Seagri até o prazo fatal da desincompatibilização, para que assim possa melhor "administrar", tanto a sua como as outras précandidaturas, lançando sua esposa apenas para permitir que o governador possa se justificar frente aos "aliados sedentos por cargos" sobre o porque da demora em desocupar a cadeira de secretário.
Não se enganem, o secretário é hoje, por estratégia própria, o único nome viável do PT itabunense e, ladino como ele só, este é mais candidato do que nunca, e em assim sendo, quando as "águas de março que fecham o verão" chegarem, este anunciará que será candidato a prefeito em 2008. Isto é, se a "pressão" não for maior e ele se exonerar antes.

Allah Goes, Advogado Municipalista, Membro da Comissão do Advogado Iniciante da OAB-BA, Especialista em Direito Eleitoral. E-mail allah_goes@hotmail.com

Nenhum comentário: