terça-feira, 3 de junho de 2008

Nada a comemorar e, muito a lamentar!

É tão nova a convivência do Partido dos Trabalhadores com o poder, que o despreparo, além das suas velhas disputas internas, tem levado os seus membros a lutas fratricidas pela divisão do bolo conquistado. Tem sido assim na esfera federal, mesmo após seis anos de poder, e na Bahia a história se repete.

Apesar dos erros cometidos, e que não foram poucos, Geraldo Simões, se não fosse o “desapoio” e a inveja dos seus companheiros, teria sido advertido e seria obrigado a rever as suas posições e comportamentos. Ocupando a Seagri, uma das jóias da coroa do governo da Bahia, Geraldo Simões, um político feito no interior do Estado, virou o alvo principal da cobiça que despertaram temores quanto a sua acessão política, nos caciques petistas da capital.

Diante das especulações da exoneração de Geraldo – que mesmo que não se consume, terá causado tantos danos, que o reduzirão a condição política dentro e fora do governo de secretário de segunda categoria, mantido no cargo pelos favores de alguns – todos nós, de alguma maneira estaremos perdendo.

Mesmo estando politicamente em lados opostos, a mim, não apraz comemorar a queda ou a uma condição menor de prestígio político, de um secretario de governo que gostemos ou não, é nosso representante na cúpula do Governo do Estado. Reivindico para nós e só para nós, membros da comunidade da região sul baiano, que elegemos Geraldo Simões nosso representante, o direito de julgá-lo pelos seus erros e acertos políticos. Advogo o princípio de que mesmo politicamente “roupa íntima suja, deve ser lavada em casa”.

Sem cinismos afirmo: A queda de Geraldo Simões é de responsabilidade e desprestígio para nós todos. Estaremos dando o direito aos que afirmam que os políticos do interior não estão preparados para ocuparem cargos públicos além dos seus quintais.

Vejo com única alternativa a Geraldo Simões, por dignidade própria e política, aceitar a essa altura da situação, a saída sem maiores traumas e especulações, da Secretaria de Agricultura; assumir o cargo de deputado federal para o qual foi eleito para representar a nossa região e desempenhá-lo da maneira mais digna e competente, fazendo-se merecedor de uma nova oportunidade política. Nesse ínterim deve repensar os conceitos e formas com que tem agido politicamente até então. Nesta análise intima, deve se permitir a avaliação sempre sofrida dos seus próprios erros. Deve reavaliar os conceitos de amizade e de grupo político e recompor-se política e emocionalmente. Vejo, acima de tudo, como uma oportunidade que a vida oferece para a reavaliação dos caminhos seguros a seguir, que por muito diferem dos atalhos imediatistas e oportunistas, que quase sempre nos atraem e nós conduzem a lugar nenhum.


Gerson Menezes – Publicitário

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