sexta-feira, 6 de junho de 2008

Lamentável sob todos os aspectos

Quem conhece as minhas opiniões, sabe muito bem que sempre fui um admirador da ascensão política do Secretário Geraldo Simões, muito embora seja um crítico ferrenho do seu partido o PT. E até invoco o testemunho do próprio Geraldo, de que sempre defendi a sua saída do PT e a conseqüente ida para outro partido do campo da esquerda, para que pudesse almejar um dia; ascender a patamares maiores dentro da política baiana.

O PT, por força da sua “democracia plural”, tem por hábito se apoiar nos seus “ícones”, sem, no entanto admitir aos mesmos o reconhecimento e o direito do livre pensamento político e, muito menos ainda, da sua ascensão natural por força do seu carisma pessoal. Foi assim com a ex-prefeita de São Paulo, hoje no PSB, Luiza Erundina, com o ex-governador do Espírito Santo, Vitor Buaiz e muitos outros. Só não conseguiram o mesmo com o presidente Luiz Inácio da Silva Lula, cujo brilho pessoal tem sido capaz de sobreviver aos próprios erros cometidos pelo partido.

Bastou a Geraldo Simões, um político bem sucedido do interior, ambicionar posições maiores dentro do quadro político baiano que ele mesmo ajudou a criar, para que os seus próprios companheiros “rifassem as suas ambições”.

A desenvoltura com que Geraldo – que herdou a jóia ambicionada da coroa do governo – se movimentava dentro do governo Wagner, fez soar o sinal de alerta nos ouvidos dos seus companheiros, dentro e fora do governo. É tolice se atribuir única e exclusivamente ao episódio das vaias em Ilhéus ao Ministro Gedel Vieira Lima, na presença do Presidente Lula e do Governador Wagner, a culpa pela “desmobilização das ambições políticas de Geraldo”. Pode ter sido a “bala” que o próprio Geraldo disparou contra o seu pé. Ao vê-lo ferido e cambaleante, disso se aproveitaram os seus “companheiros algozes”, para desferir o golpe fatal.

Ter optado ficar na Seagri, quando poderia ter saído por “livre e espontânea pressão”, não foi um gesto de sabedoria política que se possa atribuir a Geraldo. Mesmo que não seja demitido por força dos muitos favores que prestou ao Governador Jaques Wagner, não só agora, mas por todo o tempo que Wagner cambaleava na política baiana, ficará no governo à sombra escura dos “favores do governador”, que preferia vê-lo fora do governo. Assume assim, a condição de secretário descartável, com prazo de validade estampado no rótulo, cuja data prevista é 06 de outubro, por força da não eleição da sua companheira Juçara Feitosa ao cargo de prefeita de Itabuna.



Gerson Menezes – Publicitário

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