Quem conhece as minhas opiniões, sabe muito bem que sempre fui um admirador da ascensão política do Secretário Geraldo Simões, muito embora seja um crítico ferrenho do seu partido o PT. E até invoco o testemunho do próprio Geraldo, de que sempre defendi a sua saída do PT e a conseqüente ida para outro partido do campo da esquerda, para que pudesse almejar um dia; ascender a patamares maiores dentro da política baiana.
O PT, por força da sua “democracia plural”, tem por hábito se apoiar nos seus “ícones”, sem, no entanto admitir aos mesmos o reconhecimento e o direito do livre pensamento político e, muito menos ainda, da sua ascensão natural por força do seu carisma pessoal. Foi assim com a ex-prefeita de São Paulo, hoje no PSB, Luiza Erundina, com o ex-governador do Espírito Santo, Vitor Buaiz e muitos outros. Só não conseguiram o mesmo com o presidente Luiz Inácio da Silva Lula, cujo brilho pessoal tem sido capaz de sobreviver aos próprios erros cometidos pelo partido.
Bastou a Geraldo Simões, um político bem sucedido do interior, ambicionar posições maiores dentro do quadro político baiano que ele mesmo ajudou a criar, para que os seus próprios companheiros “rifassem as suas ambições”.
A desenvoltura com que Geraldo – que herdou a jóia ambicionada da coroa do governo – se movimentava dentro do governo Wagner, fez soar o sinal de alerta nos ouvidos dos seus companheiros, dentro e fora do governo. É tolice se atribuir única e exclusivamente ao episódio das vaias em Ilhéus ao Ministro Gedel Vieira Lima, na presença do Presidente Lula e do Governador Wagner, a culpa pela “desmobilização das ambições políticas de Geraldo”. Pode ter sido a “bala” que o próprio Geraldo disparou contra o seu pé. Ao vê-lo ferido e cambaleante, disso se aproveitaram os seus “companheiros algozes”, para desferir o golpe fatal.
Ter optado ficar na Seagri, quando poderia ter saído por “livre e espontânea pressão”, não foi um gesto de sabedoria política que se possa atribuir a Geraldo. Mesmo que não seja demitido por força dos muitos favores que prestou ao Governador Jaques Wagner, não só agora, mas por todo o tempo que Wagner cambaleava na política baiana, ficará no governo à sombra escura dos “favores do governador”, que preferia vê-lo fora do governo. Assume assim, a condição de secretário descartável, com prazo de validade estampado no rótulo, cuja data prevista é 06 de outubro, por força da não eleição da sua companheira Juçara Feitosa ao cargo de prefeita de Itabuna.
Gerson Menezes – Publicitário
sexta-feira, 6 de junho de 2008
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