O deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto dá hoje um passo que pode ser decisivo para o seu futuro político. Ele lança logo mais a sua candidatura à prefeitura de Salvador. Personalidades nacionais do Democratas vão prestigiar o ato, que estará longe de ostentar a pompa das outroras comemorações do ex-PFL. Fosse em outros tempos, o antecessor do DEM faria uma festa de arromba, preferencialmente no Centro de Convenções, sob o comando da então maior liderança do partido na Bahia e uma das maiores do Brasil, o senador Antonio Carlos Magalhães. ACM Neto entra na campanha sucessória com várias cartas na manga. Saberá usá-las no momento correto. Não deve, portanto, ser subestimado. Se eleito prefeito de Salvador, amplia a projeção nacional do DEM e se torna, naturalmente, um nome em potencial para o governo do Estado já em 2010. Talvez até, quem sabe, com o apoio do PMDB do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), a depender dos entendimentos - ou melhor, dos desentendimentos - entre Geddel e o PT do governador Jaques Wagner. Bem, estou falando no condicional. E já que é assim, se ACM Neto conseguir, já agora, construir um leque de aliança representativa, que lhe possibilite um tempo maior de televisão e rádio, estará demovendo mais um obstáculo de sua caminhada rumo ao Palácio Thomé de Souza. Os coordenadores do deputado baiano, líder do DEM na Câmara Federal, avaliam que há uma tendência natural de crescimento da sua candidatura a prefeito. Primeiro, porque ele não foi testado ainda numa função executiva. Segundo porque é jovem e tem, em tese, se mostrado apto para exercer o cargo. Mais: seus adversários dispõem de pouca munição para alvejá-lo na campanha. Além disso, aparece bem nas pesquisas e tem baixo índice de rejeição. Reúne, assim, um rosário de condições indispensáveis para entrar no front, sem contar que conhece os problemas da cidade para os quais, como todo bom candidato, certamente dirá que tem as soluções. O eleitorado não se deixa mais levar pela história furada de que, por ser de uma legenda fora do arco de aliança com o PT e seus coligados, o Democratas seria alijado e abandonado pelos governos federal e estadual. Isso é conto da carochinha. Hoje, a maioria das verbas destinadas aos municípios são carimbadas e não podem ser desviadas estupidamente como ocorria anos passados.
Lançada a candidatura de Neto, resta agora escolher-lhe um vice, que deve ser tirado de um partido que vier a se aliar ao DEM. Fala-se num nome: Tércia Borges, a esposa do senador César Borges. Resta saber se ela e o marido, que é do PR, vão aceitar. Mas essa é outra história.
Janio Lopo
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