sábado, 8 de dezembro de 2007

Fernando, sucessão e Acácia

O prefeito Fernando Gomes, mesmo fora da disputa sucessória (via reeleição), como peremptoriamente afirma, vai fazer de tudo para derrotar o seu inimigo político número 1: o petista Geraldo Simões. Se houvesse algum resquício de chance, um mínimo de possibilidade do democrata se candidatar a um quinto mandato, seria ele mesmo, sem pestanejar, o candidato para sucedê-lo. Fernando sabe que faz sua pior administração. Todas as camadas sociais, do mais pobrezinho ao mais riquinho, avaliam o desempenho do governo como péssimo. A rejeição ao prefeito já passa dos 65%. Portador de um currículo político invejável – quatro vezes prefeito e três vezes deputado federal –, o democrata (que chique, hein!) não vai, como diz a sabedoria popular, dar murro em ponta de faca. Se a merecida, justa e legítima pré-candidatura do Capitão Azevedo não deslanchar, pelo menos atingindo um percentual que vislumbre alguma esperança de vitória, o prefeito pode apoiar o outro Capitão – o peemedebista Fábio Santana. Para os pragmáticos fernandistas, o plano B do prefeito Fernando Gomes é o melhor caminho para evitar que a vela do aniversário de cem anos de Itabuna seja apagada pelo secretário de Agricultura. E o capitão Azevedo? E o advogado Dinailton Oliveira? O primeiro vai ser intimado a sair candidato a vereador. O segundo, do PDT, será o nome indicado por Fernando para compor a chapa do Capitão Fábio como candidato a vice-prefeito. Aliás, o Capitão Azevedo, se pretende mesmo levar sua pré-candidatura a uma candidatura de verdade, precisa tomar algumas atitudes que demonstrem desenvoltura política, coragem e muita personalidade. O Capitão tem que garantir sua legenda lá por cima, conversando com o ex-governador Paulo Souto, com o deputado ACM Neto e com outras lideranças do democratas. Tem que mostrar que Fernando Gomes não quer o crescimento do DEM e sim a derrota de Geraldo Simões. E que assim que passar o processo sucessório, o alcaide vai se filiar ao PMDB do ministro Geddel. Em relação a Dinailton, sobrinho do chefe do Executivo, não tem coisa melhor do que, depois de muito tempo afastado de Itabuna, pongar numa chapa que pode sair vitoriosa na eleição. Dinailton, hoje presidente da comissão provisória do PDT (eterna comissão que nunca se transforma em diretório), já está em plena campanha para deputado estadual. Como vice-prefeito e com duas ou três secretarias sob o comando do tio, Dinailton Oliveira teria seu projeto político facilitado por caminhos menos espinhosos. É isso mesmo. Duas ou três secretarias. Ou alguém acha que Fernando vai apoiar o Capitão Fábio de graça, sem nenhuma contrapartida, só por que o Capitão, como diria o irreverente jornalista Eduardo Anunciação, tem aquela carinha de seminarista? O problema é que o PMDB quer o apoio do grupo do prefeito, e também do prefeito, de maneira, digamos, camuflada, escondida do eleitorado, como se fosse algo proibido, vergonhoso e altamente sigiloso. O encosto explícito do prefeito, segundo os fabistas, tira voto. Querem tudo escondidinho, sem muito alarme, debaixo do tapete, como se o alcaide fosse alguma coisa que deve ser escondida, varrida. No lançamento da pré-candidatura do Capitão, a presença de vários secretários municipais foi uma prova inconteste de que o plano B é uma possibilidade que não pode ser desconsiderada pelos analistas políticos de plantão. E aí a lembrança da tal da terceira via é obrigatória. Aliás, o movimento idealizado pelo correto arquiteto Ronald Kalid começou a perder credibilidade quando abriu as portas para o carlismo. Agora, esse “novo” movimento, sob a coordenação do médico Renato Costa, comete o mesmo erro quando começa a abrir portas e janelas para o fernandismo, dando margens a interpretações de que o Capitão Fábio não é nada do que andam dizendo. Com todo esse bafafá, disse-me-disse, vai terminar a prefeiturável Acácia Pinho crescendo nas pesquisas de intenção de votos e, quem sabe, se tornando a companheira de chapa de Geraldo Simões, desbancando os vereadores Edson Dantas (PSB) e Luis Sena (PC do B). A onda é a mulher. A desembargadora Sílvia Zarif foi eleita, por unanimidade, para a presidência do Tribunal de Justiça da Bahia (TJB). O Supremo Tribunal Federal, órgão máximo do Poder Judiciário, é presidido pela ministra Ellen Gracie. O presidente Lula, no meio de um bocado de marmanjos do PT, prefere a ministra Dilma Roussef como sua candidata à sucessão presidencial. E ainda tem a deputada Lídice da Mata, forte pré-candidata ao comando do Palácio Thomé de Souza. Recente pesquisa eleitoral do instituto Datafolha aponta a ex-senadora Heloísa Helena com quase 15% dos votos na corrida rumo à presidência da República, ficando atrás do tucano José Serra e do socialista Ciro Gomes. Portanto, ninguém pode tomar como surpresa um crescimento da sempre simpática Acácia Pinho, aproveitando essa onda da mulher ocupando os espaços da política e das instituições. Dá-lhe “meninas”, avante!

Marco Wense

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