sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Disputa revela divisão do PT em Conquista

Vitória da Conquista viverá neste domingo um dos dias mais importantes de sua história política, com a convenção que elegerá o novo Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores, na qual disputarão o poder os grupos liderados pelo deputado federal e ex-prefeito Guilherme Menezes e o líder do governo na Assembléia Legislativa, Waldenor Pereira. Ambos são candidatos à Prefeitura em 2008 e, na avaliação de observadores, qualquer que seja o resultado o partido será implodido, porque quem perder praticamente dará adeus à candidatura e cruzará os braços nas eleições. Pelo grupo de Waldenor, concorre a presidente o vereador Alexandre Pereira, enquanto Menezes será representado pela secretária da Saúde, Suzana Ribeiro, que, perdendo ou ganhando, será a candidata do grupo a deputada estadual em 2010. Durante a ditadura militar (1964-1985), Vitória da Conquista constituiu-se numa fortaleza da esquerda baiana, com seu velho MDB enfrentando e resistindo não só à Arena, o partido dos generais, mas principalmente ao adesismo que maculava a oposição na maioria dos municípios, especialmente em Salvador. Agora, com a divisão clara dos petistas, fala-se até em chance de vitória da direita, cujo candidato será o deputado estadual Clóvis Ferraz (DEM). Fontes acreditadas da política conquistense entendem que nada tem de ideológica a discordância entre os dois grupos, tratando-se exclusivamente de uma competição de cunho pessoal. Menezes teria um temperamento difícil e uma visão centralizadora da administração. Waldenor, mais afeito ao diálogo, teria crescido muito no conceito dos correligionários. Com relação à eleição do próximo ano, o ex-deputado Coriolano Sales, originalmente da esquerda, mas que terminou no PFL do falecido senador Antonio Carlos Magalhães, deverá ter uma importância muito grande, pois pesquisas realizadas no município indicam que ele tem a preferência consolidada de 18% dos 160 mil eleitores de Conquista. O problema é que ele está “hibernando”, mal sai de seu apartamento na cidade desde que renunciou ao mandato de deputado federal, no ano passado, envolvido no “escândalo dos sanguessugas”, que causou sua expulsão do PFL. Coriolano exerceu seis mandatos parlamentares desde 1982, sendo três de deputado estadual e três de federal, com passagens em diversas legendas, como PMDB, PSB, PDT e, finalmente, o PFL carlista, pelo qual disputou a prefeitura de Conquista em 2004, sendo derrotado por uma diferença de 14 mil votos. Com seu potencial, é um nome a ser procurado pelos futuros candidatos – não somente do PT, Guilherme Menezes ou Waldenor Pereira, mas especialmente por Clóvis Ferraz, seu aliado no último pleito.
(Por Luis Augusto Gomes)

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