quarta-feira, 14 de novembro de 2007

PMDB SEM MEDO DE SER FELIZ

A política é bastante dinâmica. O ministro Geddel Vieira Lima, cacique maior do PMDB na Bahia e um dos líderes nacionais deste partido, advoga uma tese bastante simples para a política: "Tem que ser feita como ela é". Daí que, o seu partido tem avançado no território baiano, ocupando espaços desde a derrota do PFL, em 2006, e depois com a morte do ex-senador ACM, em 2007, visando se tornar uma força capaz de dar sustentação a candidatura de Geddel ao governo da Bahia, em 2010. Geddel está analisando todos os cenários possíveis à sua frente, na medida em que, caso não vingue a proposta de emenda constitucional permitindo que o presidente Lula da Silva dispute um terceiro mandato, e aí Wagner seja o indicado pelo PT a assumir essa missão, estaria, pois, com o caminho pavimentado para assumir o Palácio de Ondina. É claro que as coisas não são assim lineares como postas acima, até porque existem outros partidos no Estado e o próprio PT, numa possível saída de Wagner a presidente, idéia que ele próprio admitiu em entrevista no Sul do país antes da sua última viagem à Europa, não entregaria esse legado assim de mão beijada. Quem está no poder, sempre deseja se manter nele. O ministro Geddel sabe, no entanto, que sem partido forte, sem estrutura partidária robusta, não vai a lugar algum. Por isso mesmo, independente de qualquer cenário que se configure adiante, e no caso da Bahia a morte do deputado Luis Eduardo Magalhães, em 1988, mudou completamente todo panorama, fortalece o PMDB, ousa, vai para confronto, testa as forças do PT e até mesmo o comportamento do governador Jaques Wagner. No momento em que, numa entrevista de rádio, admite conversar com Paulo Souto, natural candidato do Democratas, em 2010, vê-se que o ministro está disposto a tudo, inclusive a ir para o confronto se o PT se ensaiar a uma aliança com o PSDB, na capital e outros municípios. O governador Wagner está calado, por hora. Mas, em sendo o comandante do processo político no Estado, como autoridade máxima e um cabedal enorme de votos, tudo o que ele disser, sobretudo a partir desse ensaio de "independência ou morte" de Geddel, será analisado com lupa de longo alcance. Este fim de semana, em Salvador e Itabuna, será sintomático. PMDB, PSDB, PT e PCdoB se movimentam, cada um dentro do seu estilo. PMDB lançando seu candidato em Itabuna para quebrar o que considera a mesmice Geraldo Simões x Fernando Cuma; o PSDB elege Antonio Imbassahy, presidente regional da legenda; PT faz (mais um) encontro interno com candidatos a presidência nacional do partido; e o PC do B ratificará o nome de Olívia Santana, candidata a prefeita de Salvador. É pouco? É nada! A sucessão nos municípios já começou e a corrida para 2010 ganha ares de aquecimento dos músculos. Cada qual, portanto, que ponha suas barbas no molho. Ou melhor dizendo, que contrate seus personal-training. O PMDB, pelo visto, saiu na frente sem medo de ser feliz.

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